Spoilers de como é o reveillon no Rio de Janeiro

No ano novo todo mundo quer fazer algo diferente, e acaba não fazendo coisa nenhuma justamente porque é ano novo e todo mundo quer fazer algo diferente.

O que eu quis dizer com essa frase aí em cima – que quase não fez sentido nenhum – é que as passagens, hotéis, festas ou absolutamente qualquer atração ficam ultra disputadas e esgotam rapidinho. Daí a gente acaba desistindo e passa o reveillon em qualquer lugar que der mesmo.

Por conta disso, como moro no Rio, já passei mais de 20 reveillons na praia de Copacabana, mesmo quase sempre tendo planos de fazer outra coisa – que acabavam melando.

E pelo mesmo motivo, nunca dei o devido valor ao reveillon daqui. O que admito hoje em dia que é uma baita heresia da minha parte.

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a gente vê diariamente algumas das paisagens mais bonitas do planeta e acaba nem dando bola

Mas como é o reveillon no Rio de Janeiro?

A virada do ano daqui realmente é coidiloco.

Tem tanta coisa pra fazer e tanta gente na rua, a qualquer hora do dia/noite/madrugada, que nem o mais entediado dos seres – que muitas vezes sou eu mesma – consegue continuar rabugento o tempo todo.

O clima é vibrante mesmo, e acho que nada me diz mais “estou de férias” do que o ato de andar de noite na praia de Copacabana em dezembro. Fica na cara que você tá de férias. Fica na cara que todo aquele pessoal ali também tá.

Daí acaba sendo um negócio meio contagiante (mesmo se você NÃO estiver de férias, aliás): dezembro é um mês que simplesmente não dá pra levar a sério por aqui, só dá pra curtir.

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E ainda tem o horário de verão, e consequentemente o sol até mais tarde. Todo mundo fica sorrindo à toa.

Spoilers de como é a queima dos fogos no Rio de Janeiro

Quando dá 11 da manhã, a praia de Copacabana já começa a encher de gente se preparando pra queima de fogos, que vai ser 00:00. Sério. Ou até antes.

Eu confesso que gosto de assistir aquela multidão empolgadona de branco seguindo pra praia em fileira, parece até uma passeata involuntária gigantesca pela paz. E dá uma sensação gostosinha ver tanta gente esperançosa pelo próximo ano. Você meio que fica inevitavelmente esperançoso também.

Mas geralmente não visto branco, não me ligo tanto nisso. Às vezes brinco com as cores, e passo o reveillon toda colorida logo, porque se cada cor significar algo de bom, então eu quero logo tudo que todas as cores tem pra oferecer.

Teve um reveillon que passei de sandália azul, top amarelo, vestido branco com detalhes coloridos e por aí vai (sério…). Curiosamente foi um ano bom o que se seguiu, mas não sei se foi culpa da roupa.

Daí tem várias atrações que começam mais cedo na areia, tipo os shows, os djs, os sei lá o quê.

Tem opção também no Arpoador,  e dá pra ir andando da praia de copa pra lá e vice-versa (na verdade você não vai ter qualquer opção que não seja andar no dia, porque fecham as estradas bem cedo). Tem também festas a preços absurdos, tem ceias, tem umas raves nas praias, tem hotel com vista pro mar com as diárias mais caras do planeta nesse dia pra quem tiver podendo, e por aí vai.

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esses são os valores pra uma diária
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(e perceba que as vagas ainda assim tão esgotando)

Os fogos são realmente bonitos, iluminam o céu inteiro, rendem umas fotos sensacionais pra quem tiver interessado em tirar foto (que a gente aqui quase nunca tira, aliás, vamos ver se mudamos isso) e tem sempre um que arranca aquele “olha!!!” e um sorriso do mais cético dos seres.

A duração é de mais de 10 minutos, oscilando aí entre 10 e 15. De 2016 pra 2017 foram 12 minutos de fogos, se não me engano.

Mas apesar da beleza óbvia, o grande tchuns é a energia, não sei explicar. São milhares de pessoas esperançosas, sorrindo, pulando, cantando, dançando, e dando feliz ano novo com um sorriso de orelha a orelha, pra completos estranhos vestidos de branco ao lado.

Todo mundo esquece qualquer diferença e nesse momento percebem que só importa o que se tem em comum, quase como se pensassem: “ei, eu quero um ano novo feliz e você também, e VOCÊ TAMBÉM TÁ DE BRANCO, UOU, temos tanto em comum, FELIZ ANO NOVO!!! (e aqui visualiza a pessoa pulando bem feliz e possivelmente te molhando de champagne)”

Apesar de não ser chegada em muvuca, e viver falando que tô de saco cheio do reveillon daqui, meu último reveillon foi em Copa mesmo e foi gostoso demais (esse eu já não sei onde vai ser).

Spoilers de como é o dia 1º

O nascer do sol do dia 1º costuma ser sempre bonito. Não sei o que que acontece, parece até que o céu combina de ficar impressionante toda vez. E eu acho mágico aquele negócio de poder virar a madrugada na rua sem qualquer perigo e poder ver esse nascer do sol de boa, porque tem outras pelo menos 30.000 pessoas virando ali do seu lado também.

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nascer do sol na praia de copacabana captado brilhantemente pelo Ricardo (esse não foi num dia 1º, senão ia ter um tanto de gente tirando selfie ali com o Dorival Caymmi)

O lado triste é que tem muita gente sem respeito pela cidade e pelo próximo, e no amanhecer você percebe o tanto de lixo deixado na praia também.

E infelizmente os fogos andam reduzindo (cada vez mais distantes e curtos, por questão de segurança ou sei lá), e tenho a impressão que se continuar nesse ritmo, a tendência é sumir, então é melhor aproveitar enquanto ainda dá pra enxergar eles.

O que eu sou completamente a favor é de fogos de artifício silenciosos (e existem, ó só), já passou da hora de levar em consideração os animais que entram em completo desespero na hora dos fogos. Mas não sou entusiasta de fogos invisíveis.

Tá, mas onde se hospedar no reveillon no Rio de Janeiro?

O lado ruim da cidade estar tão cheia é justamente a dificuldade absurda de se achar vaga por aqui, ou então, se achar a tal da vaga, que não seja num preço exorbitante.

Na minha opinião, o melhor pro turista que quer ver o reveillon de Copacabana é ficar em Copacabana mesmo, ou pelo menos na zona sul, porque transporte pra ir e pra voltar no dia 31 é realmente impraticável – quer dizer, praticável é, se a pessoa tiver uma paciência hercúlea ou manjar de técnicas de kung fu. Mas se possível é bom evitar.

Ficando por Copa você também não precisa sair cedo pra caramba de seja lá onde estiver só pra garantir um lugarzinho com vista boa pros fogos na areia ou no calçadão, e também nem precisa madrugar porque ainda não pode voltar pra onde está, já que as estradas no dia 31 e 1º tão fechadas/o metrô abarrotado de gente/os ônibus com gente saindo pela janela/táxi e uber mais disputado que concurso da Receita Federal.

Eu também recomendaria Copacabana em especial porque além de ser onde tá a praia mais famosa do Rio (e ainda dá pra ir andando pro pôr do sol mais famoso, na pedra do Arpoador) e ser justamente onde rola a festa, o bairro tem muita opção do que fazer, onde comer, onde comprar e etc,  e Copa ainda tem valores um pouco mais acessíveis e “democráticos” que Ipanema ou Leblon, por exemplo, além de locomoção muito facinha pra todos os outros pontos de interesse na cidade.

São várias estações de metrô espalhadas por diferentes pontos do bairro, pontos de ônibus pra todo lugar e uma abundância de táxi e uber.

[Leia: Por que se hospedar em Copacabana no Rio de Janeiro? E o que fazer no bairro?]

Conclusão de como é reveillon no Rio de Janeiro (e se vale a pena):

Acho que passar um reveillon aqui realmente é uma experiência pra botar na “to-do-list”. A cidade fica vibrante, feliz, a festa é linda e a alegria de toda aquela multidão de branco é contagiante. Então venha!

E já fiz aqui aquela lista dos passeios muito gostosinhos e tranquilos no Rio de Janeiro e sobre as melhores sorveterias do Rio, e adivinha quem tava marcando presença em quase todas as opções? Pois é, Copa. Então minha recomendação é essa mesmo!

Quem já tiver vindo passar o reveillon aqui, quiser compartilhar a experiência, ou tiver alguma dúvida, fica à vontade nos comentários! E leia também “O guia de sobrevivência do Rio de Janeiro – ou como identificar um carioca na rua“.

4 comentários sobre “Spoilers de como é o reveillon no Rio de Janeiro

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