Bulbassauro conta: como é Curitiba no carnaval?

Nesse carnaval eu saí da minha pokebola pra passear em Curitiba, por motivos de… tava muito barato. A verdade é essa.

Eu tinha milhas que iam expirar dentro de poucos dias e precisava usá-las (aproveita e lê também: Como raios viajar com milhas?) antes que fossem desperdiçadas. Por algum motivo muito misterioso, ir pra Curitiba nesse período é absurdamente barato, em milhas ou em dinheiro.

Desvendo agora o “mistério” pra quem ainda não teve a experiência “Curitiba no carnaval”.

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“m*rda, não dá pra ver a vista”

Primeiro, a melhor coisa da cidade:

A melhor coisa de Curitiba são os curitibanos. Sotaque bonitinho pra caramba (ouvir eles falando era a melhor coisa na viagem), gente prestativa, educada, e em regra muito receptiva com turistas, especialmente com pokemons de grama.

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Fui muito bem tratado, mas esses degraus precisam melhorar, foi difícil descer

Coisa engraçada é quando você pergunta a direção de qualquer lugar. Experimenta perguntar onde é o mercado. O curitibano aponta pro mercado, bem na frente dele, que frequenta há 5 anos, e responde “é ali… acho“.

O “acho” sempre tá lá. Talvez porque ele não quer dar nenhuma informação errada de maneira irresponsável. Essa responsabilidade curitibana também se traduz nas ruas e parques sempre muito limpos, e nos ônibus sempre pontuais.

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onde está Wally?

Perguntamos pra um moço que trabalhava na rodoviária onde pegar o ônibus pra Pontal do Sul, e ele respondeu “acho que é ali o embarque… Pontal do Sul é no Paraná, né? Só pra confirmar”.

(Repito: o moço trabalhava na rodoviária).

Mas agora, depois de falar da parte boa (as pessoas), infelizmente vou ter que contrariar toda a população mundial (sei que amam Curitiba) e contar por que minha experiência no carnaval em Curitiba não foi tão boa.

A primeira impressão de Curitiba no carnaval: “Cadê meu casaco?”

Assim que saí do avião, fui atacado por um jato de vento gelado e maligno. Meu bulbo estremeceu.

Vento gelado o suficiente pra me fazer arrepender de ter saído da pokebola e pensar “era melhor ter ido ver o filme do Pelé”.

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daqui não saio, daqui ninguém me tira

Eu só tinha um casaquinho de moletom fino (esse aí da foto), que convenhamos que já era um grande feito pra quem estava saindo de 33 graus ou mais no Rio de Janeiro, e isso se tornaria um grande problema mais tarde – explico na parte 5.

Parte 2: Curitiba no carnaval ou “cadê os lugares cobertos?”

Curitiba tem muito parque.

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Eu no parque

Muito parque mesmo.

bosque do papa bulbassauro no memorial polones em curitiba.jpg
eu no outro parque

É quase um exagero.

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selfie em mais um parque

Em determinado momento, se eu olhava pra um pedaço de grama entre uma esquina e outra, já imaginava que aquilo ali era um projeto de parque pra daqui a uns anos.

Os parques são todos lindos, limpos e aparentemente bem seguros. Tem muito memorial bonito (o Memorial Ucraniano, em homenagem aos ucranianos que conseguiram fugir durante o genocídio promovido por Stalin, pareceu ser o mais lindo e tocante).

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lindão (leia também: O que raios está acontecendo na Ucrânia (ou “dá pra viajar pra lá agora?”)

Mas quando você tá morrendo de frio, dá vontade de soltar uma rajada de folha na cara de quem inventou de ficar enchendo uma cidade fria e chuvosa de parques descobertos.

Parte 3: Curitiba no carnaval ou “Cadê o céu?”

Procurei o céu de Curitiba por 5 dias. Falhei. Só vi nuvens.

 

Na manhã da quinta-feira, dia 15 de fevereiro (guardei no diário porque foi marcante) avistei o céu azul.

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fiquei até emocionado e tirei uma foto

… por aproximadamente 27 minutos.

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Vou soltar um Solar Beam

Em todos os outros momentos, uma camada de 679 toneladas de nuvens (se nuvens pudessem ser pesadas) muito cinzas e bocós cobriam o céu todinho.

Parte 4 de Curitiba no carnaval ou “Cadê meu guarda-chuva?”

Choveu em Curitiba no carnaval.

Todos os dias.

E todas as noites.

E todas as tardes.

Chuva, chuvinha, chuvarada do c*ralho. Tava sempre lá.

Blocos de carnaval foram cancelados por causa da chuva.

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vou tomar meu café que ganho mais

Junte essa chuva gelada ao vento gelado (e ao fato que eu só tinha levado aquele moletom fino), e temos um bulbassauro adoecendo na quarta noite na cidade.

No momento em que a febre bateu, meu corpo todo tremia, minha boca tava roxa e minhas extremidades congeladas, liguei pros meus pais.

Perguntei se tava tudo bem com eles. No fundo era uma ligação de despedida, mas eu não queria dizer “tô com febrão e acho que vou morrer”.

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“Adeus, pais, amo vocês”

“Mas por que você não comprou logo um casaco melhor, bulbassauro burro?”

A explicação vem no próximo capítulo.

Parte 5 de Curitiba no carnaval ou “Cadê as pessoas?”

Se tem uma curiosidade que matei em Curitiba no carnaval, foi de descobrir como é uma cidade fantasma. Não tinha ninguém nas ruas. Pra ser justo, tinha sim: moradores de rua, turistas perdidos e umas 3 pessoas por quadra, procurando desesperadas uma farmácia ou padaria abertas.

Porque tem isso: não tinha nada aberto no carnaval. Até a farmácia do shopping tava fechada.

Pra dar ares ainda mais macabros, me deparei com a floresta do suicídio dos coelhos.

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DENÚNCIA: vários coelhos mortos devido ao desespero de estarem num lugar tão frio, chuvoso e sem nada aberto no carnaval

Em uma esquina, perguntei pra um curitibano onde era a Panvel. Ele respondeu, muito solícito que “é logo ali, mas tá fechada.” Agradeci.

Ele provavelmente ficou com dó da minha cara de desespero e quis ajudar. “Só serve Panvel? Se servir outra, tem outras 3 farmácias ali…”. Me enchi de esperança.

“Mas acho que fechadas também”.

Não entendi o ponto dele, mas foi muito prestativo em me informar de todas as 4 farmácias fechadas na mesma rua.

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vou comer pra afogar as mágoas

O fato da cidade estar tão vazia e com tudo fechado, complicou bastante o tópico 1 (“cadê meu casaco?”).

Não consegui achar uma loja aberta por perto, que vendesse um casaco mais potente. Na verdade, eu não conseguia achar nada. Até o Mercado Municipal, considerado um grande ponto turístico da cidade, tava fechado. Abriu na quarta de cinzas, e ainda assim, abriu igual a cara dele. Um monte de coisa dentro do mercado continuou fechada.

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moça, me vê tudo, vou estocar em casa

Não dá pra negar que a cidade é ideal pra quem quer fugir de movimentação e bagunça do carnaval. Não à toa Curitiba tava cheia de carioca.

Conclusão de Curitiba no carnaval

Curitibanos se mostraram todos bacanas, educados, com um sotaque adorável que dava vontade de ficar ouvindo em loop. Já Curitiba acabou comigo. O que aprendi nessa viagem foi “nunca vá pra lá no carnaval sem se planejar bem – E LEVAR BONS AGASALHOS”.

Pouco antes de ir chequei a previsão do tempo, e ela tava tranquila. Mas chegando lá, uma frente fria inesperada congelou minhas vinhas. Então sempre vá preparado (especialmente se você for um bulbassauro carioca que já morre de frio a 20 graus).

Não achei muita coisa aberta, passear nos parques passando frio era sofrido, e todos os curitibanos – que eram a melhor parte da viagem – se escondiam em suas casas com estoques de comida ou fugiam pro litoral.

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vou embora, tchau

Voltei pra casa doente, com a certeza de que levarei casacos potentes pra garantir até na próxima viagem ao Caribe, e valorizando muito o calor de 31 graus do Rio de Janeiro.

Até o próximo post (se eu sobreviver da febre/gripe) e bom fim de semana! Para mais fotos desse magnífico bulbassauro que vos fala (às vezes aparece uma humana nas fotos também), fica à vontade pra seguir o 1 viagem, 2 visões no instagram, a gente fica muito feliz com todo novo seguidor.


Leia também: A triste história da carioca que amava São Paulo (mas não era recíproco)

E pra descobrir o que fazer em Curitiba quando as coisas estão abertas recomendo esse guia completíssimo aqui do Leve sem Destino: O que fazer em Curitiba – o Guia completo (é completo mesmo, pode clicar sem medo)

20 comentários sobre “Bulbassauro conta: como é Curitiba no carnaval?

  1. Não descarte Curitiba de vez, Bulbassauro. Volte! A cidade em abril é calor que não se acaba!!!! Já estive duas vezes lá em abril e foram duas vezes de calor intenso. Fique bem, cuide-se, tome uns resfenóis e faça repouso que logo estará pronto pra outra! Beijinhos

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      1. Putz, essa cidade gosta de falar “SURPRESAAA” na cara dos turistas então! O bulbassauro foi preparado pra clima ameno/calor de leve e pegou um frio horroroso! Vou anotar setembro e abril como períodos menos sofridos pra ir! Hahahaha

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    1. Ôô dó da dona Mariiia (e do Bulba)! 😰
      Não sabia que no Carnaval Curitiba ficava deserta assim 😂😂 esse post já serviu de alerta. Serviu pra rir tb!! Kkkk

      Calma, vou te levar lá pra vcs fazerem as pazes com a cidade 😍❤️

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  2. hahahahah! Morri de ri e morri de dó do pobre bulbossauro! Curitiba é uma delícia mas talvez não seja mesmo a melhor opção para um carnaval gelado! Já fiz essa anotação mental 🙂

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    1. Aahh!! Muito obrigada pela leitura e comentário, que ALÍVIO saber que não é um problema pessoal do carnaval de Curitiba comigo!!! hahahaha porque sério, fez um frio tão desgraçado e choveu MUITO todo dia, que chegou uma hora que eu sentia que a cidade tava de sacanagem com a minha cara, mesmo que isso nem faça sentido

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  3. Ahhhh tadinha! Sou Curitibana e nunca, nunca, nunca me acostumei com o clima maluco dessa cidade! Tem dias, como hoje, por exemplo, que já fez sol, já choveu e agora está um frio de matar! Carnaval em Curitiba é bom se você quer fugir de tudo e de todos. Mas até tem um desfilezinho carnavalesco na Marechal deodoro e uns bloquinhos alternativos (zumbis kkkkk) que dão o ar carnavalesco pra cidade. Meu sonho é ir pra sapucaí . Alias, já fui pro Rio no carnaval e muitas atrações e lojas fechadas também kkkkk. Não desista da minha linda cidade. Volte, você vai aorar!

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