9 coisas que deixam qualquer um feliz numa viagem

1. A chegada

A gente passa tantas horas nos preparativos (primeiro lembrando o que tem que colocar na mala, depois separando o que tem que colocar na mala, depois efetivamente colocando na mala, né, e daí checando mala, documentos, passaporte, dinheiro, visto, desbloqueio do cartão de crédito, decidindo onde vai se hospedar, fazendo as reservas, pesquisando mais sobre o local, reservando viagens dentro da própria viagem e etc, MUITOS ETCS), depois passa mais horas no aeroporto, depois passa mais horas no avião e… chega.

Meu Deus, como é bom quando a gente chega.

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SAIR do avião/ônibus/carro/navio/balão/camelo no destino deve ser uma das melhores sensações que a vida rende

Não sei como é com vocês, mas no momento em que eu passo pela fila de imigração e depois pelo raio-x (até o raio-x ainda fico meio tensa), dá uma sensação de “ESTOU LIVREEE” que é fantástica. Uma baita sensação de gratidão também, sabe?

Vou contar um segredo aqui, mas toda vez que chego no aeroporto sempre acabo fechando disfarçadamente os olhos e agradecendo em silêncio (meio escondida mesmo) a Deus, por ter aquela oportunidade, conseguir chegar lá, chegar bem, chegar viva, e agora poder aproveitar o lugar que queria tanto conhecer.

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Sair do aeroporto com esse “AVAL PRA APROVEITAR” é uma das melhores sensações. Dá uma empolgação danada. Pode anotar que mesmo se eu estiver quebrada de um vôo de 45 horas, vou andar empolgadassa num quase-saltitar assim que chegar no destino. Talvez eu esteja morrendo de sono, fome e passando mal, mas no fundo meu coraçãozinho vai estar todo pulando de ter chegado lá.

2. A descoberta

Quando você chega é hora de descobrir uma pá de coisa: a primeira delas é se você acertou na escolha da hospedagem. Fica aquele suspense até chegar no lugar. E como é BOM chegar na sua nova casinha/hotel/hostel e descobrir que mandou bem na escolha e ela é ótima, nossa senhora. Dá até um orgulho de si mesmo, às vezes, aquela sensação de “FIZ A ESCOLHA CERTA!!!”.

Depois descobrir as ruas ao redor, e que elas são muito agradáveis (ou não…), tranquilas ou agitadas (vai do seu gosto), arborizadas ou cheias de prédiozões, cheias de coisas diferentes, ou com coisas familiares que você gosta de reencontrar.

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E depois descobrir a cidade… O que tem de bacana nela, que paisagens lindas que te aguardam, quais os pratos típicos, que programas divertidos tem lá… depois descobrir o país se der, depois descobrir outros, depois se possível descobrir o planeta, depois ir até Saturno, sei lá. Essa série de “descobrimentos” em uma viagem é sempre outra coisa que deixa qualquer pessoa animada.

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taí uma paisagem boa de se descobrir (na próxima quinta o post vai ser sobre ela)

Arrisco dizer que esse processo de chegar num destino e ir descobrindo cada rua, paisagem e atração nova, e se surpreendendo (ou não) com cada uma delas deve ser, no fundo, o que mais motiva todo mundo a viajar.

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descobrindo dinossauros

3. Os sabores

E quando a gente chega num lugar que tem a comida incrível, ow? Com uns pratos que nunca provou na vida, e uns sabores que nem imaginava que existiam. Lugares como o Peru, que tem a culinária surpreendente, tantos países na Ásia que tem pratos inusitados (pra gente, claro)… e sabia que até a comida da Polônia é uma delícia? Eu também não, e fico até triste com o fato de que a vida é muito curta pra gente conseguir comer todas as comidas boas que devem existir.

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momento mágico em que descobri a limonada com coco da Colômbia

4. Os sons

Um dos negócios que mais gosto é quando chego no destino e já consigo perceber onde tô só de ouvir a música que toca no táxi, no uber, nas ruas, no ônibus, nos estabelecimentos… Ouvir as canções típicas (ou as músicas que são os “hits jovem pan” do momento naquele país/cidade) é uma das coisas mais divertidas e que me rendem a maior imersão no lugar. Me dá um arrepiozinho legal só de ouvir – e uma baita vontade de dançar, a depender do que estiver tocando.

E não são só as músicas: tem o som dos pássaros locais, do vento batendo nas árvores, da movimentação das ruas, das ondas, de tanta coisa…

5. A companhia

Na verdade isso aqui pode ser um fator bom ou irritante. A companhia numa viagem tem potencial tanto pra tornar ela um fiasco, quanto pra transformar até uma furada numa experiência divertida/gostosa. É nas viagens que amigos se tornam ainda mais próximos ou ficam saturados um do outro, e casais se tornam realmente companheiros ou percebem que não são tão compatíveis. Viajando sozinho você também descobre bastante sobre si (essa frase é batidona mas é muito verdade), já que passa bastante tempo consigo, em silêncio.

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Você pode viver momentos divertidos ou desesperadores passando perrengue, tombos, dor de barriga e extravio de bagagens, momentos emocionantes vendo coisas lindas, e descobrir em circunstâncias de exaustão e emoções intensas o melhor (e o pior) do próximo e de si… e talvez se encantar ou se decepcionar. Sempre é muito bom quando é o caso do encanto (ou de confirmação dele) e a companhia é agradável.

Leia também: O lado bom e o lado ruim de viajar sozinha (ou “devo ir se Maria Carla não vai?”)

6. O clima

Quem mora numa cidade fria e nublada, provavelmente vai se sentir grato quando chegar num lugar de céu azulzinho e clima ameno… Se você mora no nordeste, talvez se sinta grato quando afundar o pé na neve. E aquele que mora em lugares que sofrem com nevascas vai ficar deslumbrado em uma ilha de areia branquinha e mar de azul bem claro. Essa abundância de paisagens e climas que o mundo tem pra oferecer é realmente um treco incrível.

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reserva de paracas

7. A fauna

Observar as lhamas, vicunhas e alpacas adoráveis caminhando tranquilamente em países andinos. Ver koalas, quokkas, wombats e cangurus na Austrália. Ver um panda gigante ou panda vermelho na China. Um iaque na Mongólia. E a capivara no Brasil. Esbarrar com cães (não posso deixar de citar eles, vai) adoráveis passeando e abanando o rabinho nas ruas de cada cidade, e talvez dar a sorte de assistir uma lontra marinha de mãozinhas dadas com outra no pacífico…
Acho que a natureza tem sem dúvida um papel importantíssimo pra uma viagem ser fascinante. Aliás ela tem um papel importantíssimo pro mundo ser fascinante, e até pro mundo ser mundo.

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vicunha contemplativa no Valle del Colca (é difícil não ficar contemplativo lá)

Poder contemplar esses seres adoráveis no habitat natural deles é uma das experiências mais gostosas que tem.

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lobo marinho posudo nas Islas Ballestas, numa praia que é todinha só deles

8. As pessoas

Apesar da humanidade fazer muita besteira, ela também faz muita coisa boa – e nisso aí se inclui a maioria, senão o mundo já nem existiria mais porque todo mundo ia estar se matando e destruindo a p*rra toda. E a mágica é que cada indivíduo é tão diferente entre si, e essas diferenças ainda se intensificam em cada lugar do planeta.

E daí que você recebe o sorriso de um peruano, a afabilidade de um antioqueño, a educação e respeito de um coreano, e por aí vai… Cada povo com sua própria característica especial, e cada indivíduo com sua própria característica (que pode inclusive destoar bastante do que a gente imagina, quando erroneamente generaliza pessoas), e muitas diferenças de hábitos e tratamento às vezes dentro de um próprio país e de uma própria região… Que você vai ter a chance de conhecer, interagir e descobrir que gente bacana existe em todo lugar do mundo (e gente pentelha também).

E saber das próprias pessoas qual a perspectiva delas sobre aquele pedaço do mundo a que pertencem, e talvez até a visão que elas tem do pedaço do mundo do qual você vem.

9. A volta

Talvez muita gente discorde de mim nesse ponto, mas também acho voltar de viagem muito gostoso.

Matar a saudade de amigos e parentes amados (e DA MEL) que ficaram, matar a saudade da nossa casa, da nossa cama… perceber que o lugar em que você vive também tem coisas boas capazes de causar essa saudade, valorizar as paisagens da sua própria cidade sempre que chega (eu moro no Rio, e consequentemente sempre fico impressionada na volta quando lembro de como aqui é bonito, arrisco dizer que é realmente uma das cidades mais lindas do mundo).

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Às vezes perceber algumas mudanças, e às vezes constatar que absolutamente nada mudou. Distribuir os presentinhos que você comprou (se comprou) na viagem pra algumas pessoas queridas, e ver o sorriso delas (ou talvez uma cara de frustração, né…)… ficar meio arrependido quando perceber que não comprou ou não pôde comprar o suficiente pra dar pra todo mundo…

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poder dormir de novo perto desse olharzinho doce da Mel é uma das coisas mais gostosas da vida

Voltar cheio de memórias boas, e carregar as lembranças e um sorriso no rosto toda vez que elas vierem na cabeça pelos seus próximos dias. Se sentir revigorado e pronto pra voltar pra rotina… ou destruído e absurdamente cansado, com as costas doendo, mas agora você vai poder deitar na sua cama e não vai ter erro.

Mandar mensagem, dessa vez do 3G, pra quem você ama. Dizer que chegou bem. E que tá grato e aliviado de chegar bem porque “o vôo foi tenso”, ou que graças a Deus o vôo foi tranquilo. Se jogar no chão e brincar com seu cão maravilhoso fazendo festinha desesperado porque tava com tanta saudade quanto você…

Eu poderia seguir escrevendo, mas vou finalizar aqui senão não paro nunca, porque é um tanto de coisa mesmo… quem quiser acrescentar algum outro momento ou detalhe que deixa a gente felizão fica à vontade nos comentários!

Pra compensar e ver o outro lado, leia agora: Como o vício em viajar pode te fazer mal (e ferir as pessoas ao seu redor)

7 comentários sobre “9 coisas que deixam qualquer um feliz numa viagem

  1. Ás vezes, um perrengue ou outro é bacana também. Tipo que cada lugar do mundo pode ter um perrengue específico pra contar, que só poderia acontecer por lá. kkkk
    Depois que passei, consegui resolver e ficou tudo numa boa, bateu uma felicidade também. E uma alívio, importante ressaltar. kkkk

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    1. Bem verdade isso aí! Dá pra acrescentar “superar perrengues” na lista mesmo, porque é uma sensação boa demais quando a gente tem um pepino pra resolver e RESOLVE! Tipo mala extraviada ser um pesadelo, mas quando a mala chegar com tudo certinho depois, você valorizar suas calças como nunca valorizou antes! hae9a09eae
      Muito bem lembrado!
      Obrigada pelo comentário!

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  2. Adorei o texto! Encontrei o seu site por acaso (ou não). Estou ainda em dúvida se vou para Colômbia ou Peru, e acho que vou acabar lendo todos os teus posts e mais alguns por aí hahaha
    Concordo (nem que for um pouquinho) com todos os pontos levantados aí, só diria que decolagem me deixa feliz demais!! Aquele friozinho da barriga e ver as nuvens não tem preço que pague hahah
    Novamente, gostei dos teus posts, a espontaneidade que tu passa neles é única 🙂

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    1. Fiquei muito feliz de ler teu comentário, Gabriel, muito obrigada mesmo! Fez meu dia!
      Olha, na dúvida entre Peru e Colômbia, recomendo os dois! Hahaha mas como dinheiro não sai por espirro, se te ajudar a decidir acho que a Colômbia é um destino mais animado e barato, e o Peru é um destino com mais “aventura” e paisagens bonitas bem variadas (neve, deserto, vulcão, oásis, vales sagrados, mar…).
      Eu tava alimentando a ideia de um texto sobre destinos na América Latina que podem combinar mais com o estilo de viagem de cada um, e seu comentário me inspirou mais a talvez fazer mesmo! E bem observado sobre a decolagem! Boa viagem e volte sempre por aqui!
      (Obs: quando decidir entre Peru e Colômbia me conta!)

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      1. HAHAHA quem me dera se dinheiro fosse gerado assim (ainda mais para mim que tenho rinite haha). Obrigado pela dica, não tinha pesado este fator ainda. Assim que eu comprar a passagem aviso aqui 🙂
        E bota a mão na massa que vai ficar bom um post com este tópico!
        Até mais!

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