Foi meio triste ter que escolher só um título pra descrever Lima aqui, porque ela surpreendeu de umas 57 maneiras diferentes, não só com a comida absurda de gostosa.
Desde que botamos o pé pra fora do táxi (mais especificamente um “green taxi”, que o motorista tentou dar calote na gente, dizendo que a corrida variava de “25 a 30 dólares”, quando bastou olhar a tabela pra ver que o preço era fixo em 20 – então fica aí uma dica pra prestar atenção nos preços tabelados), já achei a cidade gostosa de muitas formas além do paladar.
Lima é agradável também aos olhos (cheia de parques verdes, com o oceano pacífico ao fundo, parapentes coloridos voando, cães passeando o dia inteiro, e um pôr do sol que benzadeus), ao nariz (assim que você sai do táxi em Miraflores, e sente o cheiro de grama molhada desses parques) e obviamente ao paladar. Sério, é um p*ta lugar gostoso pra curtir com quem se ama (isso vale pra quem vai com amigo, mamãe, papai, irmão, vó, ou até sozinho, já que o ideal é amar a própria companhia).
A única coisa que eu gostaria que tivessem nos alertado antes de chegar lá, é que é pra pedir “poco aji” no Ceviche do restaurante Tanta.
O prato era delicioso, mas tinha tanta, mas TANTA (deve ser daí que vem o nome, HAN HAN :V) pimenta, que a gente pediu arrego antes de terminar. Então fica aí uma outra dica. POCO AJI. POCO AJI É A PARADA (especialmente pra quem tem gastrite, porque quase todos os pratos lá são bem picantes).
Provamos outro ceviche, em outra ocasião e outra cidade, e com menos pimenta ficou muito mais comível. E ceviche é tão gostoooso… É um prato frio, que tem peixe, limão, cebola, é bem ardidinho e não se parece com nada que eu conheça (tem outros 70 pratos deliciosos no Peru que não se parecem com nada que a gente já tenha provado, mas isso mereceria um post separado).
Outra coisa gostosa em Lima é ficar olhando o mar do Pacífico (eu e minha companhia na viagem ficamos lá conjecturando por que raios ele se chama pacífico, se tem tanta tsunami – e agora que já sei graças ao google, compartilho aqui: ele foi batizado por um navegador português, que achou o mar muito tranquilo naquele dia, mas era só um dia atípico, e aí o nome ficou errado pra todo sempre mesmo), que tem ondas bem regulares, que nunca param, e nas palavras dele é como se seguissem um ritmo eterno.

No mar de Lima as ondas se formam até lá no fundo, não só na beira. E se formam sem parar. É uma ondinha atrás da outra. Coisa interessante.
Tem quem diga que Lima é feiosa (bando de maluco) e nublada quase o ano inteiro. A segunda parte é verdade (e a primeira é coisa de quem só vê o copo meio vazio), mas a cidade nos agraciou com um clima gostoso e céu (relativamente) azul todos os dias. Pegamos uma baita névoa em determinado momento, mas não tirava a gostosura do lugar.
Imagino que pra quem passa 9 meses vendo céu cinza e uma neblina eterna deve ser um porre mesmo, e render até muita depressão sazonal. Mas quando o céu de Lima abre, o cheiro de grama molhada sobe e o sol vai se pondo, pqp. Eu poderia morrer nesse lugar. Morrer comendo, ou deitada na grama do parque, ouvindo o som das ondas, vendo aquele céu rosa e os cachorrinhos brincando.

Tem uma vantagem dentro da própria desvantagem de Lima sempre estar nublada: lá nunca chove. De acordo com um infográfico que a gente leu lá na parede do Museu Larco, é uma chuva a cada 18 ou 25 anos e olhe lá.

Pra compensar a sorte que a gente teve com o clima, não tivemos a menor sorte com outra coisa nessa viagem: as crianças.
Aparentemente 90% das crianças peruanas gostam de gritar sem absolutamente nenhum motivo pra isso, e gritar muito (os outros 10% que não gritam tanto a gente não chegou a conhecer, na verdade, mas coloquei aí pra não ser injusta com as crianças quietinhas que devem existir). Muito. Mas muito mesmo. E o mais alto que o pulmãozinho delas permitir.
Mas não é um gritinho normal de criança, não. Crianças geralmente gritam mesmo, mas costuma ser mais ou menos assim:

Já o que rolava lá era isso:

Eu não sei o que acontece. Claro que Murphy não vale nada, e tivemos uma criança dessas sentada do nosso ladinho em absolutamente todas as viagens que fizemos no Peru.
De início a gente pensava “ah, deve ser a pressão do avião, tadinhas”. Mas não: elas gritavam nas viagens de ônibus também. Durante todo o percurso (e a gente tava esbudegado e querendo dormir). Teve uma que eu quase levantei, pra ver se de repente a mãe não tava fazendo alguma tortura chinesa medieval com ela, porque não era possível estar gritando tanto e por tantas horas à toa (mas era à toa mesmo).

Tirando esse pequeno detalhe de crianças clamorosas, não tinha como não ficar encantada com um lugar que tinha pessoas curtindo o dia deitadas na grama, som do mar, muito verde, esse cheiro eterno de grama molhada, comida excelente (e muito barata), gente simples e de bem com a vida (e de bem com a vida mesmo tendo que lidar com as crianças gritando, o que conta ainda mais pontos), uma infinidade de cachorros brincando o dia inteiro (inclusive o TOBI… todo mundo tem que conhecer o TOBI quando for pra Lima! O TOBI!!!), sítios arqueológicos e museus de cultura inca e pré-inca, ventinho gostoso e um pôr do sol estupidamente lindo atrás de um farol.
Miraflores por exemplo nos lembrou em certa medida até Montevidéu, e olha que o Uruguai é nossa paixãozinha imbatível. Tem aquela mesma atmosfera gostosa.
(Essa descrição que tô dando certamente se refere à parte em que viajantes costumam ficar, porque claro que tem bairros muito caóticos e violentos lá)

E se Ricardo pudesse fazer uma única recomendação sobre Lima, seria: coma, pelo amor do que é sagrado, o lomo saltado con tacu tacu do restaurante Cordano, que fica ali pela Plaza Mayor. Acho que de todo o Peru, esse lomo foi a coisa que ele achou mais bela e fantástica (concorrendo com as alpacas e o Tobi).
Mais posts de Lima virão, já que a gente passou pela cidade umas 79 (gosto de hipérbole) vezes como lá era ponto de partida pra outras cidades, e tivemos outras perspectivas. De início fica esse aqui, deixando registrado que a cidade é uma delícia em 450 (falei que gosto de hipérbole) aspectos. Ficou claro pra mim que um dia ainda quero voltar pro Peru pra gente passar um bom tempo em Lima, só curtindo e comendo com tranquilidade.
Confira também:
15 coisas pra fazer em Lima, além de obviamente se esbaldar com a comida incrível
Como chegar no Circuito mágico del agua (que é mágico mesmo) em Lima e como é o passeio
Qual é o lugar na foto em frente à janela?
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Miraflores!
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Olá;
Minha pergunta ficou confusa… na verdade, queria saber o lugar em que a foto foi feita…é um hotel?
Estou interessado em viajar para o Peru em 2018, mas vai depender se eu continuar empregado até lá.
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Hahaha desculpa, Leo, confusa fui eu que não respondi direito! É num apartamento em Miraflores, que ficava de frente pra uma das muitas pracinhas de frente pro Pacífico, só não tenho como passar o endereço/link do ap! Mas vou pesquisar o nome de um hotel que tem a vista idêntica (até melhor) e te passar – vou editar esse comentario aqui com o nome, já volto! (editando: http://www.booking.com/hotel/pe/jw-marriott-lima.pt-br.html?aid=1217599;sid=dfc4f33963a1fadfa5386f7a81340add;all_sr_blocks=27153401_94383790_2_2_0;checkin=2017-03-23;checkout=2017-03-24;dest_id=-352647;dest_type=city;dist=0;group_adults=2;highlighted_blocks=27153401_94383790_2_2_0;hpos=8;no_rooms=1;room1=A%2CA;sb_price_type=total;srfid=b4c53a9b026e15ce7507ad6a412304f452d75338X8;type=total;ucfs=1&
Tomara que sua viagem role! Você vai gostar muito, certeza! Checa as outras dicas do Peru por aqui também se for, espero que te ajudem, e quando voltar conta como foi, hein, vou querer saber!
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Capaz, agradeço pelas suas respostas.
Eu pensei que o local da foto fosse no hotel Belmond.
Ah sim, foi pesquisando sobre o Peru que eu descobri o teu blog, tenho pesquisado muito sobre esse país e o que mais me surpreendeu foi descobrir que existe um oásis lá…imaginava que isso fosse coisa apenas do Sahara.
Nunca viajei de avião e confesso que me sinto inseguro, não com o avião em si, mas com me achar nos aeroportos, check-in, despacho de bagagens… parece bobagem, mas desde criança, fazer algo diferente da minha rotina sempre foi motivo de “pânico”, mesmo quando é algo que eu queira fazer.
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Não é bobagem nada, é normal ficar tenso com avião e esses mil procedimentos do aeroporto mesmo! Mas pode relaxar, na verdade, que na hora vai ser bem tranquilo e intuitivo, viu… O check-in eu recomendo que você já se livre dessa “preocupação” fazendo online! Uns 2 dias antes já dá pra fazer check-in pelo site da companhia aérea! E o despacho também me deixa apreensiva, mas uma dica boa é você ir com uma bagagem bem leve, com o básico mesmo, até porque quando a gente tá viajando percebe que não precisa de tudo que levou, e carregou peso à toa! Fora que se você for ficar viajando muito dentro do Peru, se levar muita coisa vai ser incômodo de ter que carregar peso pra lá e pra cá!
O hotel que eu não tava lembrando exatamente qual e tem uma vista fenomenal era o Marriot: http://www.booking.com/hotel/pe/jw-marriott-lima.pt-br.html?aid=1217599;sid=dfc4f33963a1fadfa5386f7a81340add;all_sr_blocks=27153401_94383790_2_2_0;checkin=2017-03-23;checkout=2017-03-24;dest_id=-352647;dest_type=city;dist=0;group_adults=2;highlighted_blocks=27153401_94383790_2_2_0;hpos=8;no_rooms=1;room1=A%2CA;sb_price_type=total;srfid=b4c53a9b026e15ce7507ad6a412304f452d75338X8;type=total;ucfs=1&
Mas bem lembrado, tem o Belmond também!
Obrigada pela visita e espero que você faça uma viagem ótima (vai fazer). Não se preocupa não, que vai correr tudo bem e você vai voltar com uma experiência fenomenal e memórias lindas pra vida toda.
E fazer coisa diferente é sempre assustador mesmo, e sempre bom ao mesmo tempo! Hahaha
Qualquer outra dúvida tô aqui, sempre bom poder ajudar/saber que te ajudei a descobrir algo! Abraço!
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